De que são feitos relacionamentos saudáveis? 16/07/2022 Psicologia e Análise do Comportamento De que são feitos relacionamentos saudáveis? Compartilhar:

Texto e Narração - André Luiz

A vida é feita de interações. Pessoas interagem com tudo, uma xícara de café, um computador, um cachorro, um gato e, principalmente, com outras pessoas. Ao longo dessas interações, nós vamos aprendendo, de forma consciente ou não, como devemos agir em determinados contextos, em relação aos outros e em relação a nós mesmos.

O que é aprendido, entretanto, não é necessariamente bom. Pense comigo: Quantas coisas você faz que não são boas para você mesmo e que foram aprendidas no seu relacionamento com os outros?

Pois é. A forma como nos relacionamos pode ser fonte de sofrimento. Pode, inclusive, ser responsável por diversos problemas psicológicos. Por outro lado, pode ser também fonte alívio, melhora e de boa saúde mental. Em muitos casos, os relacionamentos que temos com as outras pessoas são o núcleo da nossa capacidade de lidar com as adversidades da vida de maneira saudável. E, quanto mais profundamente entendemos os motivos das nossas ações, maior será o nosso autoconhecimento. E aí uma coisa ajuda a outra: quanto maior é o nosso autoconhecimento, mais verdadeiramente nos colocamos em nossas relações e maiores as possibilidades de sairmos de interações superficiais e caminharmos em direção ao desenvolvimento de intimidade.

Relacionamentos constituídos por intimidade exigem de nós uma posição de vulnerabilidade.

Você sabe o que isso quer dizer? Estar vulnerável é ser você, é agir como você sabe, mesmo que no passado isso tenha produzido resultados ruins. Ao fazer isso, ou seja, ao sermos mais vulneráveis, nos tornamos mais suscetíveis a mudanças, pois criamos condições para que as outras pessoas sirvam de consequência para as nossas ações. Nos tornamos, portanto, mais flexíveis e aprendemos a ficar sob controle do nós sentimos e queremos e não somente do que as outras pessoas nos falaram no passado. Assim, nossas amarras, nossos traumas, nossas dificuldades têm a oportunidade de serem alteradas e nossa saúde mental tende a melhorar. Muitas vezes, essas mudanças não serão fáceis ou simples. Nesse processo, identificar suas habilidades interpessoais pode ser um desafio. Para isso, existem ferramentas e técnicas que podem ser utilizadas e aprendidas dentro da psicoterapia. O “Sistema Modelo de Avaliação Funcional e Idiográfica (FIAT)” desenvolvido por Callaghan (2006) e amplamente utilizado na Psicoterapia Analítico Funcional, a FAP, pode ajudar.

Essa ferramenta, o FIAT, permite identificar déficits e excessos comportamentais relativos às relações interpessoais de um cliente, como (1) identificar se ele consegue expor suas necessidades; (2) se ele consegue perceber como ele afeta as pessoas com quem se relaciona; (3) como age e se sente em situações de conflito ou desacordo; e (4) se ele consegue se abrir com as pessoas e como ele lida com experiências emocionais intensas. Ao identificar essas habilidades, o terapeuta consegue avaliar o melhor caminho para que o cliente aprenda a se relacionar de maneira mais íntima e vulnerável, com o objetivo de reduzir o sofrimento e aumentar sua qualidade de vida. Afinal, se a vida é feita de interações, que elas ocorram da forma mais verdadeira e profunda possível e que sejamos mais flexíveis com nós mesmos e com os outros.

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